segunda-feira, abril 26

O país da lei dirigida!


Este dias mesmo, estava eu no Posto de Saúde do município de Astorga e percebi que entre os cartazes do Ministério da Saúde havia, também, uns papéizinhos, espalhados pelo posto, que dizia: Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena de 6 meses a 2 anos ou multa.
Legal, não acha?! Num país onde o analfabetismo funcional é luxo, para quem entender metade do que está escrito. Isto porque, no Brasil, ainda há a mentalidade da "gloriosa figura do Estado". Assim, muitos "pesos mortos" no setor público acham que podem falar alto, besteiras, lhe desacatar por causa deste parágrafo no Código Penal. Presunção total!!! Fiquei me perguntando porque só havia a informação de que desacatar funcionário público é crime! Como se todo mundo fosse a uma repartição pública para insultar o funcionário, arbitrariamente! Então, senhor leitor, há um outro parágrafo no mesmo código Penal que diz: Art. 319 - Prevaricação, ou seja, o ato de retardar ou deixar de praticar, indevidamente ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal - Detenção de 3 meses a 1 ano.
Bom, então quer dizer que funcionário público que não exerce sua função enquanto tal também constitui crime! Mas isto não estava na parede do posto! Por que será, hein?
Então, Srs. Funcionários Públicos, é bom vocês "porem suas barbas de molho" e começarem a atender melhor o povo e não ficar "dormindo em berço esplêndido"!
Porque, num país como o nosso, o país do "sabe com quem tá falando?" só pode dar este tipo de "gentinha": o pandemônio da funcionalismo público: o comodismo!
Viu só leitor? Se um destes aí ficarem querendo "cantar de galo", não dê "colher de chá"! Eles não merecem, mesmo!
A gente se vê por aí...

quinta-feira, abril 22

Voltando à barbárie...


Agora comecemos a diversificar mais os nossos assuntos; desta vez, tentando ser um pouco mais técnicos, se assim se pode dizer. Queremos, na verdade, discutir conceitos, enunciar hipóteses, emular posições; enfim, que aqueles que lerão estas linhas e outras, participem.
A proposta, mais do justa, em nosso século, é uma questão da crise da racionalidade e, por este motivo, diria antropológico, social e cultural. Tudo isto pode parecer a mesma coisa, mas, são coisas distintas, entretanto, interconectadas. Não se pode, assim, analisá-las num contexto restritos, particularizadas, alheias umas as outras, porém, imbricadas, afins.
Desta maneira, quando nos referimos a estes problemas, queremos com isto, dizer que o problema do Homem é mais atual do que nunca; ou melhor, nunca deixou sua atualidade!
Neste post resolvemos ressaltar algumas coisas que vemos nos telejornais, revistas, jornais, web e outros sobre a preocupação do Homem com o seu hábitat, os meios de subsistência, o próprio desenvolvimento sustentável; o paradoxo do desenvolvimento versus o Homem. Esta situação é explicitada no barbarismo do Homem em relação à natureza e em relação a ele mesmo. Para lembrar as palavras de Marx, "a matéria é humanizada e o humano coisificada".
Andamos analisando fatos históricos e percebemos que, em toda a história houve um "q" de barbárie; diga-se de passagem para os [ignorantes de plantão] que barbárie não esteve e nunca estará relacionada, diretamente, com Idade Média. Esta ferocidade esta contida no Homem. Se não o fosse, como explicaria tais acontecimentos como as Guerras Mundiais, o Neocolonialismo, a Teoria da Eugenia, o Apartheid e mesmo os fatos que relacionados àqueles podem ser considerados corriqueiros. O próprio Nietzsche diz que a mansidão do Homem se dá pela inversão de valores e sua doutrinação fazendo com que viva arrebanhado: Na Genealogia da Moral compara como a fera aprisionada que se bate contra as barras da jaula; no Anticristo, diz que o Homem vive em manadas. São conceitos que precisam ser bem trabalhados pois são um tanto complexos e nós o faremos futuramente. A única coisa que se precisa entender num primeiro momento é que ele não compara o Homem a um animal, mas, este se torna pelo adestramento moral que recebe através da doutrinação.
Na verdade, se analisarmos bem, veremos que em primeira instância este adestramento vem da religião, considerada por Marx como superestrutura. Mas esta doutrinação pode ser qualquer outra coisa que ponha um contra outro: política, status quo, status socialis ou até mesmo o esporte. Os paradigmas vão se formando e estratificando a sociedade.
Há uma baixeza assaz grande no Homem que o compromete. Basta vermos um escrito de Nietzsche - Assim falou Zaratustra (1883-85):
"Zaratustra falou assim ao povo: 'eu vos anuncio o Super-homem'. 'O homem é superável. Que fizeste para o superar? Até agora todos os seres têm apresentado alguma coisa superior a si mesmos; e vós, quereis o refluxo deste grande fluxo, preferis tornar ao animal, em vez de superar o homem?' 'Que é o macaco [símio] para o homem? Uma zombaria ou uma dolorosa vergonha'. 'Pois é mesmo que deve ser o homem para o super-homem: uma irrisão ou uma dolorosa vergonha'. 'Percorrestes o caminho que medeia do verme ao homem, e ainda em vós resta muito do verme. Noutro tempo fostes macaco, e hoje o homem é ainda mais macaco do que todos os macacos.'" (Op. Cit., p. 25)
Vejamos. Zaratustra aí representa a superação de toda aquela proposta que vinha das tradições religiosas, que não deram conta de transformar o Homem num ser tal e qual. Assim, o profeta, ao contrário de Cristo ou Maomé, pensa em anunciar ao povo que este deve por si a própria superação: vulgarmente dizendo "virar gente"! Note-se que a tradução em português é um tanto falha "Super-homem". Em alemão, Nietzsche usa o termo "Übermensh"; über vem oben que quer dizer acima, portanto, um Homem que esteja acima desta natureza caduca. Por isto, quando diz que o macaco é uma vergonha para o Homem, o Homem hodierno também deve ser para aquele que alcançar sua elevação moral. Fazendo alusão ao evolucionismo de Darwin, Zaratustra questiona o seguinte: se o Homem conseguiu evoluir de um mísero verme para um antropóide, por que nele ainda estão o resquício de verme e antropóide?
Esta breve passagem dá margem para uma larga reflexão. Pare e reflita estas linhas e olhe: Nietzsche escreveu isto no final do século XIX! O que o Homem é hoje? Verme ou Super-homem? A gente se fala...


NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Assim falou Zaratustra. São Paulo : Martin Claret, 2001.

Gravura: A criança presenciando o nascimento do Homem (Child watching the birth of man) de Salvador Dali.


domingo, abril 18

Educação é bom e todo mundo gosta! Certo?!


"Mamãe, eu não queria
Mamãe, eu não queria
Mamãe, eu não queria
Servir o exército...

Não quero bater continência (Trá-lá-lá-lá)
Nem pra sargento, cabo ou capitão (Trá-lá-lá-lá)
Nem quero ser sentinela, mamãe
Que nem cachorro vigiando o portão
Não!"

Quem já não curtiu esta música do Raul Seixas? Pelo menos os mais despojados já o fizeram!
Ontem, estava eu tranquilo, tomando minha cerveja no bar quando, de repente, encostou camburão e mais duas viaturas! Desceram os homens da lei, empunhando seus "berros" e, a primeira coisa que ele disse, referindo-se a nós, foi de V-A-G-A-B-U-N-D-O. Os policiais: um da minha cidade e os outros autoritários de Maringá!
Em primeiro lugar, se eles estão diariamente lidando com vagabundos, o o problema não é meu! Só, que, ser chamado disto sem que o "senhor policial" me conheça é algo, no mínimo, de uma pessoa perturbada! Ainda que houvesse algum vagabundo, educação cabe em qualquer lugar!
É como na iniciativa privada: há vezes que eu nem sei porque pedem experiência já alguns serviços são prestados por pessoas quem nem sabem fazer o "Ó" sentado na areia. Quem dera aquele que faz um concurso nível secundário. Bom, grau de instrução também não deve ser colocado em pauta! Então o que pode ser?
Olha aqui, governador Orlando Pessuti e o Ilmo. Sr. Cel. David Antonio Pancotti, comandante geral da PM/PR: vejam se há como colocar pessoas mais educadas para trabalhar na polícia porque vagabundo é quem não trabalha e só este mês paguei uma nota de impostos estaduais - COM O MEU TRABALHO!!! Então se todo mundo que a PM encontrar e parar for vagabundo, estaremos fritos! Aqui não tem vagabundo nenhum, não! Estão ouvindo?!
Expresso, aqui, minha indignação! Depois acontece igual o final da música do Raul que citei logo no começo: que este é o "é o único emprego pra quem não tem nenhuma vocação"!
Valeu!

sábado, abril 10

Quer dar uma espiadianha?


Ai, ai, ai, ai, ai!!! Ontem mesmo eu acabei de saber que o "Será-fim" investiu em câmeras de segurança na escola. Parece-me que, ao todo, são catorze. Legal!
Estou vendo que os paradigmas globalizadores acabaram de atracar no cais da repartição estatal.
Agora, não qual a finalidade, se é para coibir a ação delinquente de alunos baderneiros ou prever uma segurança maior no labor educacional!!!
O Big Brother pedagógico pode tornar-se emblemático! Diga-se de passagem que "O Grande Irmão" é um personagem fictício do romance de George Orwell, um grande ditador que vigia as pessoas ininterruptamente! Daí, o romance inspirar aquela porcaria exibida todos os anos pelo "Grande Irmão" do capitalismo selvagem.
Só que, pelo visto, isto cheira a Casa do Artistas... Ops! Casa dos Autistas! Sem querer, aqui, ser preconceituoso, mas digo autista porque esta patologia é uma disfunção global do desenvolvimento que altera e afeta a capacidade comunicativa do indivíduo, o estabelecimento de relacionamentos e a resposta ao ambiente, ou seja, é caracterizado pelo desligamento da realidade exterior e criação mental de um mundo autônomo.
Tudo a ver com o "Será-fim"! Por quê? Porque num ambiente educacional, onde a comunicação e o relacionamento são comprometidos e a base de decisões são praticamente arbitrárias, só podem ser aspectos de desligamento da realidade! Câmeras?!! Poupe-me!!! Bem, veja o lado bom (para os alunos, é claro): um item a mais a ser depredado! Como se isto coibisse atos libertinos. Nós vemos a todo instante nos telejornais, bandidos que cometem latrocínio e ainda faltam dar um tchauzinho para a câmera! Quanto mais uma baguncinha de praxe!
O negócio é rédea curta pra cavalo xucro! Sem isto, a idealização de educação fica somente no hiperurânio pedagógico. Não posso nem chamá-los de sofistas, pois, até isto, seria um grande sacrilégio!
Até a próxima...

sexta-feira, abril 2

O professor tem que começar a tomar cuidado com o rabo!!!


Alguns dias atrás, uma amiga professora que trabalha no "Será-fim" me contou uma que, como dizem os outros, quase caí das pernas.
Bom, o fato é que nos atributos do docente, a lógica é que haja a primazia da autoridade do mesmo dentro da sala, o que, por bom senso, faz com que o trabalho pedagógico flua bem. Pelo menos, esta seria a via natural. Pois bem, um "aluninho" baderneiro qualquer e tumultuador falou com todas as letras para que esta professora enfiasse o seu caderno no RABO em certa ocasião, para não dizer a palavra mesma que foi usada.
A professora, com sua honra ofendida, é claro, pois não é comum as pessoas por aí enfiarem as coisas no próprio rabo a não ser supositórios, salvo algumas exceções, foi até os "pedagogos" para que estes fizessem algo: a professora pediu que chamassem o pai do aluno baderneiro. O que os honoráveis pedagogos disseram? Que não o fariam, pois o pai do aluno era muito bravo e, por isso, podia lhe dar uma sova!!!
Que lindo!!! O professor não vale mais m... nenhuma!!! Quer dizer que para que a integridade do aluno seja preservada e, assim, seu caráter infrator perdure ad infinitum, é justo que o professor continue enfiando as coisas no rabo e ele, o aluno, jogue pó de mico dentro da sala e saia fresco e sereno.
Isto me faz lembrar das palavras de Marx no Manifesto do Partido Comunista. Dizia o pensador, a respeito dos chamados "socialistas utópicos", mais precisamente de uma obra de Pièrre-Joseph Proudhon intitulada A Filosofia da Miséria. Justamente por ser considerado utópico, Marx dizia que esta obra não tinha nada de Filosofia da Miséria, mas, antes de tudo, era a MISÉRIA DA FILOSOFIA.
Para vocês, pedagogos que adoram arrotar Marx, Gramsci, Vygotsky e quejandos, se escrevessem um livro intitulado A pedagogia da miséria, não faltariam professores que dissessem, na verdade, que esta pedagogia paternalista e falida é, na verdade, a MISÉRIA DA PEDAGOGIA, portanto, utópica e sem propósito.
Na verdade, gostaria de saber o que leva um profissional da educação escamotear atos de barbárie como os que acontessem em muitas escolas por aí? Será que amanhã, ele [o aluno] trabalhando numa firma ou corporação, não vai precisar seguir regras e mandará o encarregado "enfiar as coisas no rabo" quando bem lhe aprouver? Pelas barbas do profeta!!!
Está claro, meu querido professor que não existe nada mais niilista do que a pedagogia aplicada nestes termos. Esta é a visão de inclusão dos "intelectuais orgânicos" de final de semana!
Até a próxima!!!